A segunda vez em Savannah foi mais rápida, mas como já havíamos conhecido antes, então não foi tão mal assim. Fomos à loja de Slurpee da Susan, só que como era dia dos pais, tudo estava fechado.
Ficamos rodando pela cidade e usando internet grátis no Starbucks, já que desta vez fomos mais espertos - trouxemos os nosso lap tops! Hehehe..
Esta é a prefeitura da cidade de Savannah.
No fim da tarde a gente voltou às pressas ao navio. Assim que chegamos, caiu um toró que durou quase duas horas.
Beijos na bunda!!
As viagens do chinês pelo mundo afora
domingo, 15 de junho de 2008
Savannah 2nd call
sexta-feira, 13 de junho de 2008
Norfolk
Semana passada perguntei ao comandante se a minha amiga Ligia que mora em Norfolk poderia vir visitar o navio. Medroso, o comandante disse: "Não, aqui nos EUA é cheio de frescura, não tem jeito!". Eu sabia que era falta de boa vontade dele, mas como ele era o comandante, decidi ficar na minha.
Dias depois, atracamos em New York e houve a troca de tripulação para o Comandante e Imediato. Conversa pra cá, conversa pra lá, o novo Imediato comentou comigo sobre o nosso próximo porto, Norfolk. Perguntou se eu pretendia baixar terra, e eu disse que sim - mas que gostaria que a minha amiga viesse visitar o navio, que foi vetado pelo antigo comandante.
O Imediato conversou com o novo comandante e em alguns minutos tudo estava resolvido.
Liguei para a Ligia e ela veio nos visitar no dia seguinte. Ela conseguiu entrar no porto sem problema algum, e a levei para um tour pelo navio.
Começamos pelo passadiço e descemos até a praça de máquinas.
Tivemos que ir às pressas, porque o tempo estava curto. Ainda queria dar uma volta pela cidade, e o horário para regresso era às 16 horas.
Saímos às 11h. O Júlio também veio junto, fomos dar uma volta pela cidade com o marido dela, Justin.
Como o trânsito não estava muito bom, fomos a um shopping onde o Júlio fez algumas compras, pois eu já havia comprado tudo que precisava em Philadelphia. Ele comprou uma mochila da Adidas por 5 dólares (!), tênis e perfume.
Eu quero a placa desse carro!
Não tivemos muito tempo, voltamos logo para o porto e me despedi deles.
Apesar do tempo ter sido muito curto, reencontrei a minha amiga que não a via por anos e conheci um pouco de Norfolk, já que o porto fica bem longe da cidade.
A Ligia gostou bastante do "tour", pra ela foi coisa de outro mundo.
Agora vamos descer pra Savannah novamente!
Até!
quarta-feira, 11 de junho de 2008
New York
Quarta feira:
O navio estava previsto para chegar às 8h no APM Terminals Newark, mas felizmente às 6 da manhã o oficial de serviço me liga para a atracação. Coloco o meu macacão, os sapatos de segurança, capacete e luvas. Quando chego no convés, o céu ainda estava escuro e o sol levantava preguiçosamente no horizonte. O navio tinha acabado de passar por uma das centenas de pontes do Rio Hudson, quando senti uma vibração intensa – O Comandante acabara de ligar o “Stern thruster”, ou impelidor de popa. Serve para propulsionar o navio para os lados, muito útil durante atracação/desatracação.
Passei a noite inteira do dia anterior maquinando e planejando o que fazer durante o dia: “Bem, se o Imediato me liberar às 8h, posso fazer isso, aquilo. Caso ele me libere às 9h, bem, só poderei fazer isso. Ah, ele não vai me liberar depois do meio dia, ele vai desembarcar nesse porto! Não é possível que ele seja tão mau assim.” – Mas é.
Quando eu acabo de tirar a densidade da água do rio – 1,016kg/l – o 2° Oficial me diz: “Wei, o Imediato disse que você só poderia sair após ajudar o pessoal com as provisões que estão para chegar.” Essa frase veio como um tiro no meu peito. Tudo que poderia pensar naquele momento era: “@#%& *@# #%*#%!!!!!!!” (E em letras maiúsculas, muito maiúsculas!) Acabou com os meus planos. E agora, José?
Fiquei perambulando pelo convés, sem muito que fazer. Um grupo de policiais do “Department of Customs & Homeland Security” vieram a bordo fazer inspeções a fim de encontrar drogas e/ou imigrantes ilegais escondidos. Vasculharam o navio, estouraram um container refrigerado, colocaram um cão farejador dentro do container (coitado do animal, estava fazendo um frio de -18°C), mas não encontraram nada. Inclusive tive que levar dois deles até a sala do impelidor de proa (Bow thruster room), descendo 5 andares do convés principal. Eles entraram em cada buraco que eu nunca nem sonharia em entrar. Fiquei só assistindo do lado de fora. Também não encontraram nada.
O tempo passava, e eu olhava para o cais na esperança de avistar o caminhão das provisões, mas nada. Tudo que chegou até o momento foi óleo lubrificante para as máquinas. AAARGHH!!!
Foi então quando o Imediato novo chegou a bordo, e me perguntou: “Wei, what are you doing here?” (O que você está fazendo aqui?) Eu disse, “O Imediato me deixou de castigo, só posso sair após chegar a feira!” Ele só balançou a cabeça e entrou. Que raiva..
O tempo foi passando lentamente e nada da maldita provisão. O Comandante colocou o horário do gangway (horário de regresso) às 17h. Quando bateu meio dia, eu perguntei ao Imediato: “Vou ficar de serviço até que horas?” Ele finalmente se tocou e disse: “Tudo bem, agora você pode ir.”
Nem pensei duas vezes. Nem almocei, troquei de roupa e me mandei do porto. Na saída, o eletricista e o pintor queriam até ir comigo para a cidade, mas como o horário de regresso era às 17h, não dava tempo para eles, pois queriam fazer compras no Victoria’s Secret no shopping próximo ao porto. “Tudo bem, eu pego táxi sozinho, é o jeito”, pensei.
O motorista do taxi era colombiano, e me cobrou 40 dólares até o Liberty State Park, onde pegaria um barco até chegar na Estátua da Liberdade. Muito caro, porque se fosse no Brasil pagaria no máximo 20 reais pela distância que percorreu. Mas era a única chance que tinha para visitar a Estátua, então deixei um pouco de lado a calculadora mental. Em 20 minutos chegamos, e comprei o ingresso – 12 dólares. O barco partia às 14h, com uma parada em Ellis Island.
Ellis Island tem um museu dos Imigrantes, pois lá funcionava um posto onde se registrava todos os imigrantes que vinha de navio.
Tinha muita criança, na maioria vindo de excursão do colégio, fazendo filas para entrar no barco. Dei uma volta por lá, e quase perdi o barco para ir para a próxima ilha, Liberty Island.
A Estátua parecia muito maior visto de longe, mas tudo bem. Todo mundo me pergunta se eu subi nela, mas não. São muitos visitantes, e só os primeiros 3000 visitantes do dia podem pegar um “monument pass”, que é um ingresso especial que dá acesso ao museu na base da Estátua. Mas subir que é bom, foi proibido desde 11 de setembro de 2001.
É muito dinheiro que os donos das empresas de barco ganham, pois todo dia vão milhares de pessoas para a ilha e os barcos só andam lotados. A ilha Liberty Island fica no meio do Rio Hudson, que divide os estados New York e New Jersey. O meu navio ficava do lado de New Jersey, e Manhattan fica bem do outro lado do rio.
Pedi para uma senhora tirar uma foto minha no barco, e eu vi uma lente muito esquisita na câmera dela. Então pedi para ver como funcionava, e era muito louca mesmo! Olha só como fica a foto:
Esqueci o nome da lente, mas é bem interessante. Parecia uma sanfona, do estilo lambe-lambe e não tinha ajuste de foco, abertura nem velocidade, tudo tinha que ser feito manualmente na câmera.
Desembarquei do lado oposto de Manhattan, onde dava para ver os prédios, onde antes também tinha o World Trade Center.
Liguei para o navio e o Comandante me disse que o horário de regresso havia mudado das 17h para as 19h, então fiquei mais tranqüilo para andar pela cidade e tirar mais algumas fotos.
Vagão antigo, Liberty State Park
O lugar onde eu estava era tão remoto que tive que pegar 4 transportes até chegar ao porto. Primeiro, peguei um ônibus que levava do centro do parque até o lado de fora. Depois, peguei um “Light Rail”, uma espécie de metrô que anda nas ruas da cidade e que não tem catracas. Mas se você for pego sem bilhete, aí ou é multado ou vai pra cadeia. O Light Rail me deixou no Exchange Place, um ponto de integração onde passam todos os sistemas de transporte – Metrô, barcos e ônibus. Não entrei logo na estação de metrô, andei um pouco e tive essa vista para Manhattan:
Bonito, né? Pois é, depois disso peguei um metrô (NY-NJ PATH) que me levou até o Penn Station. Do Penn Station, peguei outro ônibus (Jersey Gardens – Hoboken) que me levou ao porto.
Foi muito corre-corre, mas valeu a pena. Cheguei no navio exatamente às 19h, e todos já estavam preocupados. O Julio já ia me ligar no orelhão quando apareci a bordo. Eu os expliquei que liguei para o Comandante e soube do novo horário de regresso, por isso voltei mais tarde.
Fiquei muito feliz, pois apesar de o Imediato atrapalhar um pouco a minha vida, consegui fazer o que eu mais queria. Foi como se fosse um sonho sendo alcançado, pois quem foi para NY e não visitou a Estátua, não foi para NY.
Agora tenho mais algumas coisas para colocar no documentário!
Até Norfolk & Savannah!
Beijos na bunda!!
segunda-feira, 9 de junho de 2008
Philadelphia
Opa!
Pulei Miami porque a gente chegou lá, ficamos 5 horas atracados e fomos embora. Nem pudemos sair de bordo porque disseram que era muita burocracia pra conseguir voltar ao navio, e corríamos o risco do navio ir embora sem a gente. Então tirei serviço normal e entrei na net (wi-fi). Em Miami eu e Julio completamos 70 dias de embarque (1 viagem completa).
Chegamos em Philadelphia na segunda feira sob um calor tremendo. Parecia até que estava em Belém, mas em Belém pelo menos tinha muitas árvores e a umidade ajudava um pouco.
Atracamos às 7 da manhã e fiquei logo de serviço para ser liberado depois do almoço.
Assim que terminamos de almoçar, já estava pronto para sair. Os dois cadetes dinamarqueses Anders e Rasmus desembarcaram nesse porto, então só restou eu e Julio de cadetes. Pegamos um táxi e fomos ao centro para ver o Sino da Liberdade, ou "Liberty Bell".
A cidade de Philadelphia é uma das mais antigas dos Estados Unidos, foi a primeira capital e lá se concentra muitos acontecimentos importantes da história do país.
Este é uma das agencias dos correios mais antigas dos Estados Unidos, se não for a mais antiga.
Também passamos pela transmissora de televisão FOX TV, no Market St.
Andamos um pouco sob muito sol e calor e chegamos no Liberty Bell Museum. Todo mundo estava comprando água e bebidas, e conosco não foi diferente.
A entrada do museu era de graça, e tinha várias exposições, contando a história do sino, coisas que poderiam durar uma tarde inteira. Como estávamos com pressa, fomos ao que mais interessava: O sino.
Tiramos fotos, filmamos, e saímos. Tudo muito rápido. Não tínhamos tempo a perder.
Na saída, o Julio disse que este prédio, Independence Hall, foi onde filmaram o filme "A Lenda do Tesouro Perdido", com Nicolas Cage. Eu não tinha nem idéia, mas achei o prédio bonito.
Atravessamos a avenida e fomos procurar souvenires no Visitor’s Center, mas tudo era muito caro e não tinha nada de interessante. Interessante, só a placa: É o freeeesco!!
Além da placa, tinha também uma nota de 5 dólares.
Pertinho do Visitor’s Center fica o National Constitution Center, ou Centro da Constituição Nacional. Nunca ouvi falar desse tal centro, mas a frase pichada na parede é bem familiar: We the people of the United States, in Order...
De novo, aquela casa famosa do filme.
Sempre lembrando que esse foi o dia mais quente do ano nos Estados Unidos. Estava fazendo 36 graus, e eu tomei no mínimo 3 litros de água nesse dia.
Falando em água, deu vontade de pular nesse chafariz..
Andamos mais um pouco e chegamos à velha Chinatown. Para aqueles que não conhecem, é o bairro chinês da cidade.
Comprei logo um chá gelado com leite e bolinhas de tapioca (hummm..) para matar a sede e o calor. O Julio fez cara feia, mas isso é normal. Ele faz cara feia pra tudo.. Hahaha!!
Passamos por um restaurante e estava fechado, mas dava para ver as rãs que estavam no aquário. Mais tarde, serão jantar. Tadinhos..
Compramos um monte de verduras e temperos, pois fiz uma vaquinha no navio para comprar alguns ingredientes chineses que não vinha nas provisões. Coitada das verduras, estavam sofrendo com um calor miserável.
Por fim, passamos por um templo e fomos embora fazer mais compras no Wal Mart e no Best Buy.
Tirei foto nesse mesmo lugar a 70 dias atrás. O navio continua o mesmo, mas a paisagem mudou. As árvores, antes secas e sem folhas, agora estão com flores.
Passamos no Best Buy e Julio comprou o tão esperado PSP por $170. De lá, fomos ao Old Navy comprar roupas. As roupas lá estavam tão baratas que não resisti. Comprei 1 calça, 2 bermudas, camisetas e meias. Saímos de lá assim:
Depois fomos ao Wal Mart fazer o resto das compras.
Compramos tanta coisa, desde sabão em pó até rádio VHF. Foi uma festa e tanto! Tivemos que subir 3 vezes a escada para conseguir levar todas as compras ao navio.
No dia seguinte, estavam todos fazendo o balanço do que comprou. O 2° Oficial comprou um jogo chamado Rock Band, é parecido com o Guitar Hero, mas além da guitarra tem a bateria e o microfone, para 3 jogadores. Muito legal!
E o Julio agora não desgruda mais do seu PSP. Passa o dia e a noite jogando futebol. Vamos ver até quando ele vai enjoar..
Beijos na bunda! E até NY!
segunda-feira, 2 de junho de 2008
Panamá
Passamos 15 dias atravessando o Pacífico, agora voltamos ao “nosso” lado do mundo. Panamá estava quente como sempre, ainda bem. O navio atracou às 10h, mas só saí depois do almoço. O Julio coitado ficou na máquina fazendo mais reparos. Aff...
Tinha um navio Ro-Ro (Transporte de automóveis) atracado atrás do nosso navio, dava vontade de pegar um deles e sair andando pela cidade!
Fui com o Robenson (2° oficial) e Randy (eletricista) para um shopping, “Albrook Mall”, que fica perto do porto. Pagamos 2 dólares cada para chegar lá de táxi. Os taxis do Panamá são relativamente baratos, muito mais que na Austrália e Estados Unidos, com certeza.
O Albrook Mall é muito grande, mas não sei se consegue ser maior que o Shopping Recife, pelo menos em área construída, pois o seu estacionamento é gigante.Dei umas voltas, coloquei algumas fotos para revelar e fomos jogar no fliperama.
Quando as fotos ficaram prontas, eu fui ao centro e os outros voltaram ao navio, pois estavam de servico. Fiquei algumas horas esperando o Júlio, que até então não deu sinal de vida. Já estava ficando irritado, quando ele aparece no MSN. Ele disse que estava sem um tostão, que estava no Seamen’s Club perto do porto. Eu chamei um táxi para trazê-lo até o centro. Lá, compramos uns cartões telefônicos que faz ligações internacionais bem baratas, da empresa telefônica Cable & Wireless. Com um cartão de 5 dólares dava-se para falar mais de uma hora para o Brasil. Para variar, Julio ficou pendurado por horas no orelhão com a namorada. Haja paciência!Depois das ligações, fomos ao supermercado REY. Uma coisa que o Julio queria comprar era uma garrafa de 1,75L de Smirnoff, que tinha alça e tudo mais, mas no navio a tolerância a álcool é zero.
Nem essa foto podia ser tirada, mas conseguimos tirar bem rápido. Um minuto depois, aparece um segurança mandando apagar a foto.. Hahaha!
Das compras, os mais importantes foram o feijão, macaxeira e inhame que estávamos morrendo de saudades. Tudo é mais caro que no Brasil, mas valeu a pena.
Voltamos ao navio e já estava amanhecendo. Dei uma cochilada e fui tirar serviço.Este é o meu navio, o Nysted Mærsk. Parece até grande, mas é o 2° menor navio da frota da Maersk.
Tinha outros navios da Maersk no porto, uns fazendo a rota para o Chile, outros chegando da Europa.
O porto fica bem próximo a Puente de Las Americas, essa ponte que fica logo atrás:
Passamos por ela tanto para entrar quanto para sair do Panamá.
Enfrentando o toró
Saindo do porto, os pássaros pegavam carona no navio, aproveitando a corrente de ar que o navio produzia. Eles ficavam flutuando na proa, parecendo uns planadores.
E de repente mergulham para dentro d’água para ver se conseguem pegar algo.
É muito engraçado, ainda mais quando eles saem da água sem pegar nada, com uma cara de pateta. Hahaha!!
Beijos na bunda e até Philadelphia!