sábado, 4 de setembro de 2010

Eurotrip - Portugal

Oi pessoal, aqui estou novamente! Desta vez estarei indo a um lugar que nunca havia ido antes - Europa!
- Europa?
Sim, Europa. Normalmente um dos primeiros e mais visitados destinos visitados no exterior. Curiosamente, o único continente que me faltava conhecer – tirando a Antártica, claro. Sempre tive vontade de conhecer o Velho Continente, de ver de perto tudo aquilo que só vimos em filmes, revistas e nas aulas de história. Infelizmente não deu para conhecer a Europa na praticagem, mas em compensação conheci todos os outros continentes. :)

Pensava muito em fazer uma viagem a Europa qualquer dia desses, mas não tinha nenhum motivo forte para ir de imediato e nem algum roteiro em mente. Felizmente em meados deste ano fui inscrito para fazer o curso de Manuseio de Âncoras no centro de treinamento da Maersk em Svendborg, na Dinamarca. Era a minha chance de finalmente conhecer a Europa!
Decidi então unir o útil ao agradável. Pedi para que adiantassem o meu voo em alguns dias para que eu pudesse viajar por alguns países e depois seguiria para o curso a Dinamarca.
Primeiro pensei em alugar um carro e sair rodando por aí, mas não era viável ir sozinho devido ao custo e a questão da segurança. Procurei por alguém que topasse fazer essa corrida maluca comigo, mas não consegui achar alguém que topasse - ou estavam trabalhando, sem dinheiro ou tinham motivos de força maior. Por último, anunciei a viagem no site mochileiros.com, mas de novo não obtive sucesso. Justo; afinal de contas, ninguém em sã consciência iria topar fazer uma viagem dessas com alguém totalmente desconhecido. Resolvi viajar sozinho mesmo, pois o tempo estava curto e eu não iria deixar esta oportunidade escapar por conta disso.
Com os bilhetes em mãos, comecei a planejar a minha viagem, perdidinho – sem saber por onde começar. Como era obrigatório fazer conexão em Portugal, aproveitei para cumprir a promessa de visitar a minha prima que mora lá. Assim também fiz de lá o meu ponto de partida. Pesquisei transporte, hospedagem, pontos turísticos e fiz um roteiro simples, levando em consideração que era melhor conhecer bem poucas cidades do que simplesmente passar em várias só por conhecer. Afinal de contas a Europa é pequena, mas tem lugares demais para conhecer em tão pouco tempo.
Queria ter a sensação de atravessar a Europa de trem, e fui pesquisando os preços e os horários (nesta ordem). Infelizmente, tenho que dizer que andar de trem na Europa hoje em dia não é mais vantajoso, a não ser que você realmente tenha um bom motivo. Os preços das passagens aéreas nas empresas low-cost são mesmo uma covardia. Pesquisei Lisboa - Madri, Madri - Paris e Paris - Lisboa, e a média dos bilhetes eram de €40, contra €120 dos trens. Não tem nem combate: nem mesmo o trecho Lisboa - Madri escapou. Isso sem contar que o trecho de Paris - Lisboa por trem leva 19h30m contra 2h40m de avião. O avião derrubou o trem por nocaute.
Comprei os bilhetes com antecedência, pois os preços já estavam aumentando. O engraçado é que nestas companhias low-cost você paga por tudo: Para pagar com cartão de crédito, para despachar bagagem, para despachar outra bagagem. Comida então nem se fala, né?!

O roteiro ficou assim: Brasil - Portugal (Lisboa, Leiria, Porto) - Espanha (Madri, Barcelona) - França (Paris) - Portugal (Lisboa) - Dinamarca (Copenhagen, Svendborg) - Brasil.

Já em terra, malas feitas, pronto para começar a minha EUROTRIP!
Parti de Belém, com conexão em Fortaleza. A TAP informou aos passageiros que o avião teve problemas mecânicos, e que aguardássemos outro avião que iria nos levar. Atrasado em mais de 2h, alocaram-nos num avião branco de uma empresa chamada WHITE, com poltronas apertadas e aeromoças que falavam um prtguêix engraçado. Deve ter afretado a aeronave de última hora para não prejudicar os passageiros - pelo menos.
Nunca havia viajado de TAP antes, então não sabia muito bem da diferença. Alguns passageiros sentados próximos a mim disseram que os aviões da TAP eram bem melhores. Nada a reclamar, pois estava feliz demais para me preocupar com besteiras.

Avião da White - coloured by you.


Dormi quase a viagem toda (8h), acordando no café da manhã. Pousamos às 8h da manhã em Lisboa, num aeroporto bem movimentado. Passei tranquilo pela Imigração, mas fui parado na saída pela Alfândega. Devo ter levantei suspeitas já que estava com um mochilão embrulhado num pano e uma caixa de papelão daqueles bem safados, fechados por fita durex. E principalmente, a origem do voo? Brasil.
A moça educadamente pediu para que eu colocasse as malas num estande e perguntou o que tinha dentro. Eu disse: chocolate, chocolate, roupa, paçoca.. A moça abriu a caixa, viu que não tinha nada e me liberou. Nada que me fez ficar constrangido, nenhum tipo de agressão nem ofensas.
Achei bom eles fazerem isso, pois é dever deles proteger seu país contra traficantes de drogas e outras substâncias ilegais; e que de uma forma ou outra inibe as pessoas de cometer tais atos.

Chegando no saguão fiquei meio perdido, era fim de verão e havia muito movimento no aeroporto. Procurei pelo ponto de ônibus. Era logo na saída, e não demorou muito até que chegasse um que me levaria a Sete Rios, a rodoviária onde iria pegar ônibus para Leiria - cidade onde mora minha prima.

Aeroporto de Lisboa


O ônibus que peguei foi feito especialmente para levar viajantes, tinha ar condicionado (como todos os ônibus de Lisboa) e um raque para colocar bagagens. O preço era um pouco salgado (€3,50), mas valia a pena.


De lá, peguei um ônibus da Rede Expresso de Lisboa para Leiria, €11,50. Ônibus confortável, com ar condicionado, vidros fumê, horário pontual.


A viagem durou 2h, e dormi feito pedra. A paisagem (que vi pouco antes de chegar em Leiria) era bem diferente, e em muitas casas tinham plantações de uva.
Chegando em Leiria a Anne foi me buscar. Não nos víamos havia pelo menos 2 anos, e na época ela era solteira e ainda morava em Maceió. Agora está casada, com um filho e morando em Portugal.
Conheci o marido dela, Davi, e o filho, Henrique. Deixei as malas na casa dela e eles me levaram à São Pedro de Moel, uma praia nas proximidades.


Já era fim de tarde, e o sol estava começando a se pôr. O dia também estava nublado, e a paisagem não tão bonita assim. Me levaram para jantar num restaurante lá próximo, na Praia das Paredes, chamado Marisqueira Tonico. Um lugar tranquilo, bem agradável e com um bom atendimento.


Na marisqueira tinha vários frutos do mar típicos da região, que para mim era no mínimo exóticos. Lagostim, sapateira, ameijoa, percebes, lambujinha, canilha e navalheira são apenas alguns nomes citados.


Canilha


Percebes


Sapateira


Linguado e ostras


Curioso, perguntei ao garçom o que eram 'percebes', que eles tanto comentavam. Ele então me trouxe um prato com alguns, e eu experimentei. Pareciam aqueles crustáceos que crescem no casco dos navios, e tinha gosto de água do mar. Nada mal..
Pedimos ameijoas e uma caldeirada de frutos do mar. E para Henrique, sopinha.

Toma tudo, garoto! Deixe sobrar nada..


Estas são as ameijoas. Cozidas no vapor com um toque de limão e ervas frescas, servidas com torradas com manteiga. Simplesmente divino!


Ainda estou para provar uma torrada mais gostosa que essa.. Poderia comer umas 10 se deixassem.


Depois veio a caldeirada. Tinha um pouco de tudo: lagosta, ameijoa, sapateira e camarão.



Não aguentei tanta comida assim. A caldeirada estava uma deícia, e saí do restaurante pra lá de satisfeito. Em casa, Henrique não parava quieto. Coloquei o moleque numa caixa pra ver se me deixava em paz. :)

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