quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Jogos!

Pois é, quem diria que um dia o CIAGA x CIABA fosse realmente acontecer. Comentavam, e muito - sobre este grande evento que aconteceria por aqui.
De repente, me encontro no meio dele, porém a ficha mal caiu. Parte dos atletas do CIAGA ficaram literalmente "presos" em Brasília, pois o avião estava vazando óleo e teve que ficar durante 24 horas para manutenção.
A febre passou, mas acordei com muita dor na garganta. De manhã já comecei a preparar sanduíches quentes para vender, e desde já não parei. Como a única equipe completa que estava aqui em Belém era o de vôlei, então o jogo que estava previsto para a terça começou logo. Eu fiquei no banco.
Perdemos por 3 a 2, um jogo repleto de erros de ambos os lados, todavia mais pelos nossos atletas. Os meninos estavam muito nervosos e não conseguiam se concentrar. A torcida vibrou muito, mas não foi o suficiente para que a bola caísse na quadra do adversário.
Queria muito ter ganho o jogo, pois dessa maneira poderia ter mais subsídios para lavar a roupa suja com o Comandante, visto que ele é o responsável pela equipe de vôlei mas nunca nos deu apoio e muito menos demonstrou algum interesse na equipe. Além disso, nunca assistiu a sequer um treino da equipe, deixava os atletas jogar fora da escola sem alimentação e não sabia nem o nome do levantador.
Não foi desta vez. Quem sabe ano que vem darão mais atenção à equipe de vôlei.
Voltei a trabalhar como um condenado, e só consegui dormir às 23:30.

Na terça feira acordei cedo, ainda rouco de tanto gritar no dia anteior, e fui com o Batista comprar as coisas que faltavam na cantina. Mais tarde, fiz um monte de pizzas, mas como o jogo de handebol acabou cedo, todos foram embora mais cedo, conseqüentemente. Estava tão cansado que minhas pernas estavam com cãibra.

Trabalha, condenado!

Na quarta feira a cena se repetiu. O Chokito e o Raciny me ajudaram a fazer a massa.

Assisti ao jogo de basquete dos meninos, que foi muito emocionante. Os últimos 2 minutos pareciam durar a eternidade. No final, ganhamos de 52 a 49.
Acho que perdi uns 2 kg só nesses dias, pois não tomava café, não almoçava, não jantava e só beliscava umas pizzas de vez em quando..

Breve pausa para "almoço"

Foram 3 dias.
3 dias desconectados do mundo. Não sabia mais se o leite estava contaminado com soda cáustica e água oxigenada, nem se a Mega Sena acumulou, e muito menos se o Túnel Rebouças já estava liberado no Rio de Janeiro.

Beijo na bunda!

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sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Pitza!!

Perdoam-me por não ter postado durante uma semana inteira. Estou super atarefado esses dias por conta da competição CIABA x CIAGA que começa na segunda-feira, na qual estarei responsável pela cantina, ou seja.. CERVEJA! Brincadeiras a parte, não é fácil segurar a barra de 400 mortos-fome, sendo 137 deles cariocas.

Errata
De acordo com a nossa querida leitora enfermeira Daniela do Marex, de Natal - RN, apesar de raros casos, pode-se ter catapora mais de uma vez, dependendo de organismo para organismo. Isto acontece quando o corpo produz anticorpos insuficientes ou nem os produzem para combater o virus. Outra correção observada é que as vacinas contra o vírus da catapora são disponíveis no mercado, porém por este ter um preço muito salgado, nós, pobre coitados, preferimos ser vacinados com a própria doença, ou seja - nos curando com o veneno.

Voltando para o assunto Comida, passei esses últimos 3 dias correndo feito uma barata tonta atrás de fornecedores e materiais para a cantina, que iniciará na segunda-feira (29/10). O maior problema encontrado foi que segunda feira é feriado aqui no Pará - o Recírio - que encerra oficialmente as festividades do Círio de Nazaré. Além das tradicionais bebidas - coca, suco, toddy e iogurte, farei também os tradicionais lanchinhos - Pizzas, Pão de Queijo com requeijão e sanduíche quente.
Para testar se realmente dará certo esse lance de fazer pizza, resolvi então convidar meus assistentes, a Múmia (Mesquita) e o Buchoquerque (Albuquerque) para me auxiliar no preparo. Como a cozinha estava sendo reformada, utilizamos a cozinha de camapanha, que com suas tendas parecia um assentamento sem-terra.
Fizemos a massa, a deixamos descansar na cama, e depois fiz algumas variações: Tentei fazer o Pizza Pan, da Pizza Hut - Não deu certo, a massa cresceu muito pouco. Fiz um lanchão, que seria a pizza fechada, mas o fogo estava alto demais e o lanchão endureceu. Depois fiz uma de borda recheada, que ficou muito boa..

Show!! Mestrequerque

Eu, Bucho e Mumia

Tá com água na boca?!

Vem pegar!!

Quem perdeu terá a chance de provar na terça feira, quando faremos novamente. Domingo tem a corrida do Círio, e terei que acordar às 5 da manhã para pegar a condução.

Beijos na bunda!!

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domingo, 21 de outubro de 2007

Catapora

Segunda feira saí licenciado e me deparei com tal situação:

Par de jarros!!

Essa semana o alojamento teve um surto de catapora. O Zebu foi o primeiro, depois o Carvalho. Ontem o Bruno e Dyângelo também acordaram com pintinhas vermelhas. Todos são daqui do Camarote 3, com exceção do Carvalho. Tirei muita onda com o Bruno, e ele ficou muuuito puuuuuuto comigo!! Hehehe... Mas é a vida.

Hoje fui visitá-los no Hospital Naval, mas antes dei um pulo na casa do Berry e almoçamos numa churrascaria lá perto.

Picanha?

De lá, parecia o Chapeuzinho Vermelho carregando os doces da Vovó. Saí com chá de milho, toalha, flores, macaxeira e meu kit Chimarrão. Chegando lá, encontrei Zebu em estado de decomposição:



O Dyângelo ainda estava no começo do cíclo, então as manchas não foram muito evidentes:


Olha só que meigo...

"Aqui é um tédio da #####", reclamam. "Pelo menos a comida daqui é boazinha, mas vem muito pouco!", diz Bruno. Pelo menos eles têm uma TV para assistir à vitória do Räikonnen, e a derrota do Corinthians (Vai para a 2ª! Vai para a 2ª!). Carvalho passa o dia lendo a Bíblia. Bruno, no MSN, lamentando. Zebu não desgruda os olhos da TV e o coitado do Dyângelo fica fazendo a monografia.

O motivo pelo qual contraíram tal doença é desconhecido, porém tudo indica que foi a poeira da faxina que espalhou o vírus. Catapora também é conhecido como varicela, e em inglês é chamada chicken pox. Não há cura nem meio de prevenção para a catapora, e só se contrai uma única vez, visto que o corpo humano produz anticorpos e torna-se resistente contra tal virus.

Ainda bem que peguei catapora aos 15 anos. Quando menor, durante as férias, ao saber que alguém estava com catapora, minha mãe levava eu e minha irmã para brincar com eles, mas o engraçado é que nunca pegava. Só depois de muitos anos que finalmente consegui. Quanto mais velho se pega catapora, pior será, pois o corpo humano terá menos imunidade. Alguns chegam a falecer devido a isso.

Beijos na bunda!!

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domingo, 14 de outubro de 2007

Marudá dia 3

Ainda cheio de marcas nas pernas por conta dos mosquitos, me levantei cedo e enquanto todos estavam dormindo. Fui ao mercado na esperança de encontrar peixe fresco e macaxeira - sonhei comendo aquilo.. Caminhei 15 minutos, onde cheguei num porto de madeira, mas o mercado encontrava-se fechado. Não consegui o peixe, mas em troca ganhei uma vista linda. Voltei para casa para pegar a câmera e retornei.




Tiramos várias fotos, e no caminho de volta encontrei uns cajus de bobeira:


Essa é de ontem:

Gramática perfeita!

Depois do churrasco, voltamos para Belém, que ainda estava agitada por conta do Círio de Nazaré.

Beijos na bunda!!!

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sábado, 13 de outubro de 2007

Algodoal

09:00 - ainda estavam todos em casa. Já era para estarmos em Algodoal - uma ilha que fica do outro lado de Marudá, separado pelo mar. Para chegar lá só é possível através dos po-po-po (barquinhos que ganharam o apelido fazendo tal barulho), que cobram R$5,00 por pernada.



A ilha não tinha energia elétrica até 2 anos atrás, quando instalaram os primeiros postes de luz. Os únicos meios de locomoção em Algodoal são: Expresso Canelinha, Jegue, Cavalo (Charrete) e a única bicicleta da ilha pertence ao rapaz que faz manutenção dos postes de luz. Algodoal fica lotado durante as férias e principalmente no carnaval, destino preferido de maioria dos Paraenses. Porém, como paralelamente estava acontecendo o Círio de Nazaré e a maior parte da população Paraense é católica, todos foram a Belém, e Algodoal ficou vazio.
Ao chegar, as carroças vêm correndo ao nosso encontro, oferecendo os seus serviços. Cobram R$5,00 para nos levar até o outro lado da ilha, onde atravessamos para a praia.


Jegue-Taxi

Vai uma carona aí?!

O interessante é que em todas as carroças tem um balde pendurado para recolher as fezes dos animais, que além de não poluir as vias da praia, são vendidos para servir como adubo.

Humm.. Que fome!

Para atravessar os 30m do rio, preferi ir nadando.

Mim, Tarzan.

Lama medicinal

Olha o cachorrinho!

Algodoal é um lugar mágico. Tem praias, dunas, mangues, e o melhor de tudo, tem bastante vento. Eu subi nas dunas com o Albuquerque e o vento estava tão forte, parecia até que estava numa mini-tempestade de areia. Eu chutava a areia na direção do meu rosto, mas o vento levava.

Rapel na areia

Areia na cara! Hããã??

Ô coisa ruim!!

Fomos a uma barraca que vendia abacaxis gelados a 2 reais, e perguntei se por lá tinha caranguejo para catar no mangue. O rapaz que se chamava Nazareno disse que ele mesmo que pegava, e se quisesse ir junto era só voltar lá às 14:00, quando a maré estivesse mais baixa. Voltei lá mais tarde, e mais uma vez ele alertou:
- Tem certeza que vocês querem ir? Lá é cheio de maruim e eu tô sem repelente.
Eu disse:
- Claro que sim! Voltei só para isso.. Inclusive chamei mais gente pra ir junto!
Então fomos ao mangue. Pensei que fosse razoavelmente fácil pegar caranguejo, que era só meter a mão no buraco e pronto. Que nada! Para começar, o mangal é cheio de maruim, que você nem enxerga. Ah, então é só se melar de lama.. Quanto mais lama, mais o maruim gosta! Além disso, a pessoa fica toda atolada na lama, sem contar que as vegetações têm bastante espinhos. Nazareno mostrou as cicatrizes que ele tinha devido aos cortes. "Mas já estou acostumado", disse enquanto metia a mão, braço e parte do tronco para dentro do buraco. O rosto dele ficava cheio de lama para poder enfiar o mais profundo possível. Em 2 minutos, pegou o primeiro. E a minha perna já estava coçando.

;PPPP

Te peguei!

Fugindo dos maruins

1, 2, 3.. Ha!!

Depois de alguns minutos, Nazareno, coberto de lama, trouxe os caranguejos. Ele conseguiu pegar 9. Por aí se encontra a corda com 10 caranguejos por 5 reais, mas concordei em pagar 10, pois vi o sacrifício que custou para pegar cada um deles.

Troféu

50 centavos não é um preço digno para pagar por um caranguejo, pois os homens se submetem a cortes, picadas e muita lama debaixo de calor para conseguir o sustento do lar.
Voltamos para o Bar do Argentino, onde o pessoal estava esperando. Tomei um banho de lama no mangue, depois tomei um banho de mar para tirar a lama, e um banho de água doce para tirar a água do mar. Uma garrafa de 2l de Coca custa 7 reais, e um caranguejo, 2. Comprando a 50 centavos, o dono do bar tem uma boa margem de lucro. Bom para ele, mal para quem pega. De outro lado, os catadores não têm outra forma de ganhar dinheiro. São pouquíssimas as oportunidades para quem mora numa ilha tão distante e primitiva.

Espantalho

Uhuuu!!!

Pegamos novamente o Jegue-Taxi e voltamos para Marudá.


Socorro!!

Po-po-po

Seu guarda eu não sou vagabundo, eu não sou delinqüente...

Estava tão cansado que caí morto às 21h. Minhas pernas estavam cheio de picaduras de maruim, mas valeu a pena. Amanhã terá piscina e churrasco!

Beeeijo na bunda!!!

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sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Marudá dia 1

Acordei às 05:30 para pegar a condução que nos levaria até Marudá, e estava morto de sono. Tentei dormir no trajeto, mas o balanço, o sol e os buracos não permitiam. Ao chegar às 10:00, confirmei a frase que o dono da casa me disse: "Vocês vão adorar a casa. Vão querer ir de novo!" A casa era enorme e tinha 2 andares, onde o vento circulava como nunca mais tinha visto antes. O vento me lembrava muito de Recife. Tinha até piscina! A casa do lado tinha um cajueiro, onde os cajus pareciam mais mangas que cajus propriamente ditos. O pessoal foi arrumando a casa, pois estava cheio de poeira, enquanto eu ia para o mercadinho comprar o restante do material para fazer a comida. Fiz frango ao curry, mas não ficou muito legal porque o creme de leite era uma porcaria.. Nunca mais compro dessa marca: Leitbom.

Curry!

Mesmo não tão bom assim, todos comeram. Fazer o quê, né! Com fome..
Depois de encher a barriga, caí morto na rede. A comida picante se juntou às horas de sono que não dormi no ônibus e dormi a tarde toda.
Tirei algumas fotos com o louro da vizinha, que não era muito simpático no começo, mas finalmente foi convencido a subir no meu ombro:

Loooro!!


Já a Jordana não teve tanta sorte assim, o louro ficava tentando arrancar um pedaço do seu dedo e a gente dava altas gargalhadas:

Nhac!

À noite fomos tomar banho de mar. Agua salgada, até que enfim!! Depois de anos tomando banho de rio e lama, finalmente senti um gosto salgado quando mergulhava. O vento era muito forte, dava tranqüilo para andar de vela ou praticar kitesurf. Depois fizemos hot-dog e macaxeira frita que roubaram do terreno do lado.. Hehehe.. Coisa feia!!

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quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Chopper!

Hoje estava na sala de aula, quando o professor Silvio entrou e me disse que eu iria com ele andar de helicóptero. Fiquei muito surpreso, pois ele tinha me dito que isso só iria acontecer depois do feriado. Saí mais cedo da aula, coloquei o macacão e fiquei aguardando. Detalhe - nem tomei café da manhã, e disseram que não iríamos almoçar. Ou seja, cerveja! Trabalhar com fome é literalmente um tiro no saco.
Fomos eu, João Paulo, Nelson e o Prof. Silvio Maia ao aeroporto. O trabalho era gravar SMCPs - Standard Marine Communication Phrases (Vocabulário de Frases Marítimas para Comunicações Externas). SMCPs são frases utilizadas para a comunicação de voz entre navio-estação, navio-navio e navio-helicóptero e tem a finalidade de transmitir informações com precisão e clareza, seja elas de socorro, avisos aos navegantes ou avisos meteorológicos. Os SMCPs que gravamos hoje foram de resgate por helicóptero. Simulamos um navio que estava em chamas com 8 pessoas feridas e que o helicóptero foi acionado para atender à emergência. A comunicação feita entre o helicóptero e o navio em apuros foi gravada e será editada e copiada em um DVD, pelo qual servirá como referência para as próximas turmas. As comunicações são todas em inglês, pois foi adotado em convenção da IMO - Organização Marítima Internacional.


Isso era às 13:00, sol quente, e o helicóptero mais ainda. Tivemos que assistir a um briefing, onde nos mostraram as saídas de emergência, procedimentos de emergência, etc.. Minutos depois, o helicóptero decolou e fomos em direção à Ilha de Mosqueiro. Já havia andado de avião inúmeras vezes, mas o helicóptero foi a primeira. O ventinho lá em cima é muito legal, nem deu pra sentir medo e dava pra ver tudo lá de cima. Começamos a gravar as frases, e em meia hora estava tudo pronto. Os únicos problemas eram que não tinham um radio para Nelson usar para gravar as conversas, as baterias tanto da filmadora quanto da minha máquina acabaram logo e a iluminação estava péssima, a luz invadindo a filmagem toda hora. Tirando isso, tudo estava ótimo! Hehe..



A vista lá de cima é muito boa, parecia que estava voando no Google Earth:

Barcos em Icoaraci

Vista do CIABA por cima - Piscina, Quadra, Pista e Campo

Terminado, tive que tirar dinheiro do meu bolso e pagar meu hamburger com coca, que nem deu para enganar a barriga. Ainda com fome, fomos à Base Naval de Val de Cães, onde gravamos o restante das conversações no Navio-Patrulha Guarujá.

Base Naval

O Comandante nos recebeu bem, e nos entupiu de Coca-Cola e biscoitos recheados. Tava com tanta fome que devorei uns 5 logo.
Após as gravações, voltamos para o quartel, onde estava tendo parada. Isso era 15:40. Quando terminaram as seqüências de "paradas" dos Comandantes, já eram 17:30. Hoje superou todos!! Nunca fiquei tanto tempo parado para escutar tanta #%%$@*&@*.. Entra num ouvido, sai noutro! Hahaha... O ruim é ficar em pé e o cara repetir 763554654 vezes a mesma coisa, sempre como cabeçalho: "E para finalizar..."
Bem, tinha que comprar as coisas para levar para a viagem, então saí com o Rui para o supermercado, onde compramos um monte de comida. Tão pesado que tive que pedir ajuda ao Zé Lima - Fiz ele sair do barzinho, pegar um ônibus e me esperar no ponto para ajudar a carregar as sacolas. Quando finalmente cheguei no quartel, ja eram 23:00 - e eu ainda não havia comido nada.
Mas o que importa é que estava tudo pronto para irmos à Marudá.. ;)

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