segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Hanjin Antwerp

Comecei bem o mês.. Fui visitar um navio coreano no Porto de Belém.

O Mestre Abílio me convidou na sexta feira pra ir visitar hoje um navio Sul-Coreano que ele estava fazendo vistoria. Topei na hora. Fomos eu, Sil, Tati Baleia e o Champu. O objetivo da visita era conhecer melhor os navios e aproveitar a ida para fazer pesquisas com intuito de enriquecer a nossa monografia, cujo tema dos 3 (Sil, Tati Baleia e Champu) é o ISPS Code. O meu é sobre Pirataria Marítima Moderna. Não são os Piratas do Caribe que costumamos assistir na TV, mas fazem algo parecido. Depois irei postar um breve resumo sobre esse assunto.

Jato d'água para afastar Piratas

Chegando lá, gastamos cerca de 30 minutos para nos cadastrar no banco de dados do porto, pegar crachá de identificação e capacetes, e finalmente chegar no local onde o navio estava atracado.
O navio se chamava HANJIN ANTWERP, um graneleiro de nacionalidade Sul-Coreana, construído em 1995 na Coréia do Sul. Com 167m de comprimento, 26m de boca e 13m de pontal, o HANJIN ANTWERP tem tonelagem bruta de 27.327 toneladas Deadweight, velocidade de cruzeiro 14 nós e com lotação de 18 tripulantes, entre Sul-Coreanos, Filipinos e Indonésios. O navio trouxe trigo de Houston, TX - EUA e descarregou parte dela em Itaqui, MA e Recife, PE. Depois de descarregar todo o trigo, irá carregar aluminia (um pó, matéria prima do alumínio) para Charleston, SC - EUA. Após isso, o paradeiro é desconhecido.
HANJIN é uma empresa de navegação Sul-Coreana, com vários tipos de navios, incluindo conteneiros, graneleiros, navios de passageiros e Ro-Ro (transporte de carros). É considerada a 7ª maior empresa de navegação do mundo.
Chegamos no navio, e mais uma vez tivemos que ser identificados. O ISPS Code é cumprido rigorosamente, desde a entrada do porto até o porta-lór do navio. Usamos dois crachás - Um do porto, outro do navio. O Comandante nos atendeu bem, falando inglês com sotaque oriental bem carregado. Então começamos a bater um papo, fazendo perguntas sobre o navio, regime de embarque, ISPS Code, Escolas de Marinha Mercante, a presença feminina na Marinha Mercante, enfim. Pedimos para que nos mostrasse o passadiço, e o pedido foi atendido. Tiramos várias fotos e muita onda.

Vai um cafezinho aí?!
Me+Baleia=Bagunça!
Equipamentos de Radiofonia (DSC, VHF, INMARSAT)
Depois, o Comandante chamou o Imediato para nos mostrar as instalações do navio. O Imediato era um cara de 29 anos, mas com aparência de 22. Junto com o 1° Oficial, nos mostrou os porões, castelo de proa, paióis, gerador de emergência, saídas de óleo e a sala de controle de carga.
Nos serviram Coca-Cola Classic, mas não gostei muito. Tinha gosto esquisito. Depois nos serviram uma espécie de Fanta, só que bem mais doce. Parecia Garoto, Baré. A Baleia foi a estrela. Se embebedou com meio garrafão de água, e depois ficou rindo sozinha que nem uma besta, embriagada.
O cheiro da comida estava exalando por toda a sala de visita, e meu(nossos) estômago(s) roncando. Eu(nós) queria(mos) ter chegado mais tarde, para poder ficar até o jantar. Mas o Comandante já estava de saco cheio de ter que ficar agüentando 5 parasitas no navio, e eu (nós) já estava(mos) ficando com vergonha. De repente, a gente começa a conversar em português, tirando onda com os caras e sem querer querendo, comentei sobre a Locomotiva*. Aí, o Comandante disse: "Locomotiva!" Não agüentei, me estourei de rir. Ele se explicou, dizendo que o prático recomendou a Locomotiva para eles irem, mas eles não sabiam do que se tratava. Eles foram, mesmo sem saber, mas gostaram. Hehehe.. Safadinhos!!!

Locomotiva?!

Essa ida ao navio, por mais curta que ela foi, nos acrescentou muitos conhecimentos que antes não tínhamos sobre navios. Deveria ter muito mais incentivo por parte da Escola e das Autoridades para levar os alunos aos navios, pois restritos às salas de aula, o aluno não consegue assimilar e ter noção da matéria e o que acontece na prática, tendo que usar (e abusar) da imaginação. O contato do aluno, mesmo que somente visual, com o passadiço e seus equipamentos permitiu que a distância entre o aluno e o aprendizado fosse reduzida drasticamente.
Agradeço aos mestre Abílio, por disponibilizar seu tempo, paciência e saco para que possamos evoluir academicamente. Isso serve de bom exemplo para outros mestres e principalmente para a própria Escola, mostrando que não é nenhum bicho de sete cabeças colocar aluno para visitar navios, e que só precisa de um pouco mais de boa vontade e dedicação.
Beijos na bunda!!!
Glossário:
*Locomotiva - Para aqueles que não conhecem Belém, é uma casa de "Shows". ;)

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