É impossível sair de uma feira noturna de barriga vazia. São tantas as opções que você acaba ficando indeciso..
Demos o fora da feira antes que saíssemos rolando por aí. Os primos disseram que iam na frente à uma lojinha de gibis (mangás) enquanto a gente passeava pelas lojas de sapatos. Ao terminar, vi uma loja de gibis logo em frente e entrei à procura deles. Procurei no primeiro e no segundo andar, mas não estavam. Pensei: "Hummm.. Deve ter outra loja de gibis maior por aqui, pois aqui eles não estão". E fomos atrás de outra loja. Mais em frente, perguntei a um vendedor e ele me disse: "É aquela loja que vocês acabaram de passar mesmo, só tem ela por aqui". Voltamos novamente. Foi aí que vi gente subindo do subsolo e desci para ver. Tinha mais 2 andares para baixo, e lá estavam eles assistindo algumas meninas desenhando personagens de mangás.
A loja parece pequena por fora, mas por dentro tem um acervo gigante de gibis. O estúdio no subsolo é de uso público, quem quiser pode desenhar e publicar no mural para todos verem.
Mangá, mangá, mangá.
Do lado de fora também haviam máquinas de bala de brinquedo, dessa vez ganhamos um chaveiro do Doraemon e um brinquedinho de quebra-cabeça.
Os primos são engraçados. No ônibus, eles tentavam ensinar Tande e Anão a falar um pouco de chinês, e Tande e Anão tentavam ensiná-los um pouco de português. A única coisa que eles conseguiram aprender foi "né?" e "que bom". Os meninos tentavam ensiná-los a falar "orelha", mas eles falavam "olelia". E quando tentavam enrolar a língua pra fazer "rrrrrrrrr", eles faziam "llllllllll", igual ao Cebolinha.. Hahahaha!! Foi muito engraçado.
No dia seguinte acordamos cedo, pois o Professor Chung ia nos pegar na casa da tia para nos levar para passear. Antes de tomar café, batemos um retrato com a tia e os primos, pois ela ia sair para o trabalho.
Despedimos-nos da tia e fomos tomar café. Na loja de café da manhã, havia uma variedade muito grande de comida. Tinha sushi, sanduíches, bolos, pães, pastéis, leite de soja, leite de cabra..
Deixa-me ver. Aqui, temos panquecas, pãezinhos recheados, marmita de arroz frito com carne, salsichas..
E nessa estufa à vapor temos o pão chinês man tou (饅頭).
E não podia faltar ovo frito, claro.
Terminando o café, ainda tinha 15 minutos. Demos um pulo no templo taoista ao lado (文昌公廟).
Na tradição chinesa, queimar incenso significa louvar os deuses para fazer alguma promessa ou pedir proteção e/ou veneração dos ancestrais. Ao queimar o incenso, segura-o na base e leva até a altura da cabeça, como sinal de respeito. Quando queimando incenso para os antepassados, as pessoas geralmente falam alguma coisa com eles e desejam que fiquem em paz. Após isso, o incenso é colocado em pé no incensário e é deixado queimar até o fim. Os incensários dos templos são maiores, pois muita gente vai rezar ao mesmo tempo, enquanto em casa eles costumam ser pequenos, com capacidade para até 9 incensos.
Incensário
Deus da terra
Outro sinal de respeito para os antepassados na cultura chinesa é queimar 'dinheiros de papel' (紙錢). Você me pergunta: "E dinheiro não é feito de papel?" Sim, hoje em dia é. Mas na antiguidade eram feitos de moedas de ouro ou cobre. O dinheiro em papel só foi introduzido bem mais tarde, mas a tradição permanece.
O significado de queimar dinheiro é para que os antepassados possam usufruir desse dinheiro (riqueza) onde ele estiver, e queimando o dinheiro simboliza a transferência do dinheiro deste mundo para o outro. Apesar de parecer fútil para ocidentais, muitos chineses levam isso muito a sério. Em maioria dos templos, os incensos e dinheiros de papel são gratuitos, mas doações são sempre bem vindas. Dinheiro de papel também pode ser chamado de 'dinheiro dos mortos' ou 'dinheiro dos espíritos'. Existem notas que são imitações de até 10,000 dólares, e são vendidos em lojas especializadas. Não se deve dar uma nota dessas para alguém de jeito algum, nem de brincadeira, pois simboliza que você deseja aquela pessoa morta.
Dinheiro para os mortos
Torre de queimar dinheiro
Além de incensos, também existem as oferendas para os deuses, como frutas, comidas, etc. Quando alguém vai rezar, sempre leva algo para oferecer para os deuses e/ou antepassados. Após a reza, leva-se a comida para casa e é consumido, como se fosse comida benzida.
Antes de voltar para casa, passamos numa quitanda. Tem muita coisa que se vende por aqui in natura que só é encontrado em conserva no Brasil, como estes minimilhos, champignon e aspargos. Muito mais gostosos, crocantes e saudáveis.
Champignon in natura
Aspargos in natura
Fava
Esta verdura esquisita se chama ku gua (苦瓜), em português é chamado de "Melão de São Caetano". É uma verdura muito amarga e de sementes vermelhas. No Brasil ele é esverdeado e os passarinhos gostam de comer suas sementes. Tem muito chinês que adora, eu particularmente odeio. Eca! Não vejo graça nenhuma em comer um negócio desses, é pior que jiló. Só se fosse para pagar promessa e olhe lá..
As viagens do chinês pelo mundo afora
terça-feira, 2 de fevereiro de 2010
Taichung (2/2)
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